27/04/2018

THE WALKING DEAD | Um Review Sincero. - Lucas

https://nerdspeaking.blogspot.com/2018/04/the-walking-dead-um-review-bem-sincero.html

   O universo criado por Robert Kirkman há alguns anos faz um grande sucesso, mas demostra um desgaste no cenário televisivo atual que cresce, se desenvolve e é muito notado pelos fãs. Hoje o NerdSpeaking traz - nada mais justo - um review sincero de THE WALKING DEAD, para entendermos onde estamos agora.



   Em um primeiro momento, vamos comentar e analisar a última temporada de The Walking Dead. Em sua oitava temporada, a série continuou a adaptar um dos melhores arcos das HQs escrita por Robert Kirkman: Todos em Guerra. Só isso é um fator dificultador, mas, além disso, os escritores tinham que fazer algo novo e interessante para chamar atenção e manter a audiência – a qual estava irritada por muitas manobras fracas e pedantes.

FONTE: Pinterest
   Nesse cenário, adaptar é um verbo que precisa ser muito bem complementado! Os roteiristas da série (e principalmente o Showrunner Scott M. Gimple) tomaram várias decisões drásticas desde o início, mas as últimas parecem tirar alguns elementos da essência original (a morte de certo personagem). Enquanto que The Walking Dead tem um problema com excesso de violência, ou seja, uma violência gratuita, sem algum propósito narrativo; Fear The Walking Dead tem outro problema que sua originária recentemente adquiriu: falta de envolvimento e empatia com os personagens.
   The Walking Dead já era conhecida pela sua lentidão (lembram-se da segunda temporada?), mas a recompensa era grande e muito boa, valia a pena! Nos últimos anos, até a sexta temporada, isso ainda era realidade. Contudo, o final desta temporada fez uma das atitudes mais ridículas de toda a indústria: não mostrar quem morreu nas mãos de Negan. Na atual temporada, o programa faz o que já vinha construindo: uma temporada com episódios lentos e muitas vezes vazios, entretanto com alguns momentos interessantes, com certo valor de entretenimento. Mas o desgaste, falta de originalidade (que os roteiristas da série pareciam sempre querer evitar), arcos repetitivos, inconsistência de personagens, falta de objetivo e perca do senso de finalidade são acréscimos que os roteiristas deveriam pensar ao escrever a série assim como o showrruner – que literalmente dirige a série.

FONTE: AMC
The Walking dead já foi “vanguarda”!

   Essa frase pode parecer preciosismo ou uma exaltação de um antigo fã, mas o programa de televisão já nos proporcionou grandes momentos da televisão mundial: maquiagens incríveis, frases memoráveis, grandes reviravoltas, GRANDES MORTES (que tinham peso), desenvolvimento de personagens (Carol que o diga!), mistérios, conflitos filosóficos etc. etc. Um grande diferencial era o ritmo dos episódios (dos episódios-recompensa) e a própria noção de episódio-recompensa. A ideia de vanguarda vem do francês avant-garde e significa aquele que vem a frente, isto é, que se propõe a fazer as coisas fora da curva, do lugar comum. Nesse sentido, o seriado se colocava em tal posição no que se refere à maquiagem, estética, temáticas, violência gráfica etc.  

O grande problema de The Walking Dead, narrativamente falando, parece ser o mesmo de seu derivado Fear TWD: a perca da proposta narrativa.

     A primeira temporada de Fear The Walking Dead tinha uma proposta e abordagem diferente. Houve um longo deslocamento de tempo-espaço em relação à série original – a série começou em L.A no início do que viria a ser o mundo pós-apocalíptico. A partir de sua segunda temporada o derivado manifesta a perca de seu foco narrativo e começa a tentar – sem sucesso expressivo – novos caminhos (com ideias interessantes, mas mal desenvolvidas). Um dos pilares que carrega o investimento e engajamento do público em uma história é a mensagem que se deseja comunicar: o propósito da história. Isto não precisa ser dito (eis aí a dificuldade de escrever roteiro), só que pistas e o senso da ideia são imprescindíveis na relação audiência-programa. Qual a mensagem que TWD quer passar? Uma crítica ao capitalismo e consumo (como os filmes de zumbi do Romero)? Um ciclo eterno de morte e vida? Ou um ciclo de conseguir um local seguro e ele perecer?

FONTE: AMC
Só “sobreviver” não é um fator de conexão tão forte com a história, pode ser até algum tempo, mas depois de algumas temporadas...

   “Qual é a tua história?” (What’s your story?) é o episódio de estreia da quarta temporada de Fear TWD e o primeiro crossover entre as narrativas. As séries estavam com problemas relacionados à esfera criativa e a solução encontrada pelos roteiristas do universo criado por Robert Kirkman parece ser o Crossover, que funciona como um reboot para as duas histórias: um bem vindo frescor.

    A finalização da oitava temporada de TWD abre caminho para o que foi feito com na atual temporada de Fear TWD: reboot, recomeço: novas articulações e dinâmicas. No decorrer de toda temporada de The Walking Dead – assim como em temporadas passadas –, o personagem Morgan Jones encontra problemas ligados à sua saúde mental (repetição de arco já comentada). A partir dessa problemática o personagem sai do ciclo de comunidades e cai na estrada (repetições). É sob o ponto de vista deste personagem que a première de FTWD se constrói.
FONTE: SuperHeroHype
  A interpretação de Lennie James é sensacional! Ele carrega o episódio inteiro nas costas trazendo coerência e consistência ao personagem – me parece que sabem o que vão fazer com o personagem agora. O Mais interessante na maneira como o episódio é contado são as perguntas que você se faz com o passar do tempo: onde estamos? Em que tempo? No passado (que é o presente da narrativa de FTWD)? Ou no presente da série principal? O que aconteceu com tal personagem? A trama se desenvolve, novos personagens são acrescentados (bons personagens, diga-se de passagem!), ação acontece e conflitos são estabelecidos (lê-se o fim do episódio!).


    A ideia de um reboot através de um crossover oxigena a trama, traz novos conflitos e utiliza um personagem que gostamos para revitalizar a composição dramática. Esse evento tem impactos no universo das séries e levanta várias questões (o que demostra que a narrativa consegue, em algum nível, engajamento) com, por exemplo, onde está Madison? O que aconteceu para que os personagens que conhecíamos fizessem isso? O que mudou? Os roteiristas parece terem se dado conta de uma das bases para se escrever roteiro: a elipse de informação e o seus usos para envolvimento com a trama, isto é, manipular a audiência para construção de reviravoltas interessantes. Enfim, o encontro das séries possibilita para ftwd novidades e novos conflitos – caso os escritores mantenham o nível. No que diz respeito à série principal, o caminho parece ser o mesmo (assim como nos quadrinhos): um grande salto temporal com as mesmas boas consequências que a série derivada pode ter.

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