21/03/2018

Dr. Manhattan e a Quanticidade Atômica - Mallu



   Acidentes de trabalho acontecem o tempo todo. Mas, no mundo dos comics, eles quase sempre são sinônimo de superpoderes. Já estamos quase acostumados com essa história. As habilidades deste herói, entretanto, merecem um pouco mais de atenção. 


   Doutor Manhattan (ou Dr. Osterman) era um grande físico que acabou ficando preso num separador de partículas (que deve ser o equivalente a um Colisor de Partículas), tendo seu corpo desintegrado por completo... Pelo menos por um tempo. Pouco a pouco, sistema circulatório, músculos, e por fim, um homem de pele azul cintilante surgiu no lugar do comum cientista. 

Fonte: https://goo.gl/YrUL1s


   Deixando de lado todas as publicidades sobre o armamento nuclear americano que este personagem representa, os poderes do Doutor Manhattan viriam bem a calhar para os cientistas modernos reais. Alan Moore e David Gibbson criaram o personagem na década de 80, provavelmente influenciados pela ameaça de uma guerra nuclear de EUA X URSS e pelas transformações políticas que aconteciam. Quem quiser saber mais sobre a história do personagem em si, recomendo o filme Watchmen (2008). Mas voltando a questão dos poderes do Dr, Manhattan. Além de não envelhecer, não sofrer danos físicos e ter o poder de clarividência, ele tem o controle da matéria em nível subatômico e é capaz de se regenerar, se duplicar, fazer e desfazer objetos em nível atômico. É inegável que o Jonathan Osterman ganhou poderes incríveis e alguns dizem que são poderes quase divinos. Mas falando bastante sério, o que exatamente isso significa? Por que Dr. Manhattan é tão poderoso?



- Para responder essa pergunta vamos entender o que é o mundo atômico:



   Para entender a natureza da realidade e do que as coisas são feitas, nós tivemos que olhar para os objetos bem de perto. e ficamos surpresos ao descobrir (no final do século XVII) o mundo dos microorganismos. Bactérias, células, vírus modificaram a nossa forma de enxergar o mundo. E então resolvemos olhar ainda mais perto. Descobrimos que essas estruturas moleculares são feitas de robozinhos de proteínas e estrutura ainda menores. A descoberta do DNA no século XIX agitou a bioquímica. Entretanto físicos estavam de olho em algo ainda menor: O átomo. 


    A ideia da existência de átomos vêm desde da Grécia Antiga, apesar de nunca terem observado diretamente. A palavra átomo significa ‘indivisível’,e durante muito tempo a ideia de tijolos invisíveis se estabeleceu na cabeça dos pesquisadores. Finalmente tínhamos achado a essência de todas as coisas. Será? Parece que não. Alguém teve a brilhante ideia de chocar um átomo contra o outro bem forte e eis que surge: As partículas elementares. Prótons, elétrons e nêutrons são as maiores e as mais famosas. Elas são o corpo do átomo, atuando como um minúsculo sistema solar. Prótons e nêutrons grudados no centro e os elétrons orbitando seu eixo. 

Fonte: https://goo.gl/SjEKcd

   Mas agora tínhamos um problema… Não conseguimos ver essas partículas. Elas são tão absurdamente pequenas que a luz simplesmente passa entre elas sem fazer interação nenhuma. O ato de ver algo exige que uma onda eletromagnética viaje da fonte até o objeto, reflita e chegue até o seu olho com essa informação. Tentamos resolver esse problema criando ondas eletromagnéticas com o comprimento de onda cada vez menor. Mas um menor comprimento de onda significa mais energia. Então quando tocamos esse objetos minúsculos com muita energia, acabamos alterando o objeto. Não podemos medir partículas elementares de forma precisa porque, simplesmente, não conseguimos enxergá-las. Isso é uma dor de cabeça tão grande que recebeu até um nome: O Princípio de Incerteza de Heisenberg. Então, como um partícula se parece? Qual sua velocidade e posição exata? Não sabemos. e até agora ninguém sofreu um acidente de trabalho que concede o dom de manipular partículas elementares. Os cientistas do mundo ganharam uma injeção de ânimo com esta foto:

Fonte: https://goo.gl/28Udc2



   Isso é a fotografia de um átomo de rubídio 85. Resultado de três anos de pesquisa, isolamento e resfriamento de vários átomos de rubídio. A possibilidade de isolar e criar átomos individualmente é sim literalmente um poder divino. Tirando os desprazeres da fissão nuclear e seus usos, essa descoberta pode alterar drasticamente nossa tecnologia. Entrelaçamento quântico pode nos proporcionar computadores quânticos, capacidade de processamento e armazenamento imensuráveis e até teletransporte! E o melhor é que ninguém precisa se transformar num monstro azul para isso, sem ofensas ao Dr. Manhattan.  

Fonte: https://goo.gl/YrUL1s



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