06/12/2017

|Vale a pena assistir?| O JUSTICEIRO! - João F.


   Fala, meu povo! Pois é, “O Justiceiro” estreou na Netflix no dia 17 de Novembro, e foi uma grata surpresa para os fãs desde o anúncio do início da produção. Afinal, depois de sua entrada triunfal no Universo Marvel, na segunda temporada de “Demolidor”, a expectativa para uma série solo do Frank Castle estava lá em cima, e sinto-me orgulhoso em dizer que elas foram muito bem atendidas. É muito mais do que tiro, porrada e bomba! Confere aí.



   Se liga no plot: Frank Castle é agora dado como morto, e parece que os fantasmas do seu passado voltaram para assombrá-lo. Ele achou que tinha feito justiça com os responsáveis pela morte de sua família, mas o que Frank não sabe é que sua caçada mal começou. Quando passa a ser perseguido por pessoas misteriosas ligadas ao seu passado como soldado no Afeganistão, ele deve lutar para sobreviver e acabar com os responsáveis de uma vez por todas, enquanto lamenta por não conseguir viver uma vida normal. 


   Gostaria de começar esta review ressaltando o óbvio: “The Punisher” é a série mais violenta do Universo Televisivo Marvel. Aliás, estranho seria se não fosse, visto toda a jornada do anti-herói nos quadrinhos. A proposta da Marvel ao fazer parceria com o serviço de streaming era mostrar o seu lado mais sombrio e realista. E se você pensa que o ápice de violência foi atingido pela segunda temporada de “Demolidor”, pare para pensar em uma coisa: O maior responsável por esse mérito foi a presença do Justiceiro na série, e agora é mais do que justo caprichar no gore na sua série solo. Ah, e isso os treze episódios tem de sobra! Mas a violência que é apresentada em “O Justiceiro” não é gratuita, visto que a série aborda assuntos polêmicos, como o abuso de poder, a adaptação dos veteranos de guerra e o porte de armas.  

   Outro ponto legal da temporada de estreia é o fato de não precisar fazer TANTAS referências ao UCM, como as suas “colegas” fizeram – sobretudo “Luke Cage” e “Punho de Ferro”, chegando até a ser irritante em alguns pontos. Afinal, a gente sabe sim que paralelamente à rotina dos heróis de rua ou “vigilantes”, os Vingadores (ou o que sobrou dels) estão por aí salvando o mundo, e “Demolidor” relembrou isso, mas sem forçar a barra. “O Justiceiro” funciona de forma praticamente independente, de forma que a gente possa assisti-la sem se preocupar em conferir outras séries desse universo.


   Um anti-herói desses precisa de um inimigo igualmente perigoso, no mínimo, não é mesmo? Aqui temos Billy Russo (Ben Barnes) e Rawlins (Paul Schulze), se provando uma escolha certeira do elenco. Schulze consegue transmitir aquele ar de superioridade e perigoso que a maioria dos chefões conseguem passar, com um Rawlins que apesar de atuar mais atrás das cortinas, arquitetando tudo, quando coloca a mão na massa não fica menos assustador, se revelando um personagem obcecado, cruel e psicótico, – a cena em que ele tortura Frank deixa isso muito bem claro – embora eu ache que ele poderia ser bem mais explorado. Por sinal, essa cena de tortura chega a fazer jus ao “torture porn” dos filmes de terror, e também ao New French Extremity, na França, caprichando no gore e na sensação de desconforto. Mas o que Rawlins deixou de fazer, Russo faz muito mais, e com o maior prazer, graças ao talento do Ben Barnes. Seu papel lembra muito o Dorian Gray que ele interpretou no filme de 2009, com um cara aparentemente comum que aos poucos vai se revelando um verdadeiro monstro, sendo capaz de tudo simplesmente para se manter no poder. Ele foi realmente muito bem construído, assim como o Wilson Fisk em “Demolidor”, e agora podemos esperar muito mais dele em uma segunda temporada, onde ele deverá fazer jus ao personagem dos quadrinhos, o supervilão Retalho.


   Porém, a série tem alguns elementos que podem torcer o nariz dos fãs mais hardcore do Justiceiro. Se você espera ver aquele vigilante bem casca grossa que explode tudo na maior naturalidade, é melhor se basear no Frank da 2° temporada de “Demolidor”. Não se esqueça que a proposta da Netflix não é só mostrar o “lado sombrio” da Marvel, mas também o mais realista, o que inclui humanizar mais os personagens, sejam eles heróis, vilões, anti-heróis ou coadjuvantes. Eu particularmente gostei muito da forma como Frank Castle foi adaptado nesta série, que opta por explorar a forma como ele lida com cada morte em seu currículo, analisando detalhadamente seus dramas pessoais e as consequências de suas escolhas. Ele sabe muito bem quando deve ou não poupar os criminoso. E Jon Bernthal mais uma vez arrasa, parecendo que nasceu para o papel de Justiceiro. As cenas que mostram seu passado atuando no Afeganistão com a operação secreta da qual fez parte, são muito boas, mostrando o que levou ele, Russo e Rawlins à situação que se encontram hoje. 


   Um ponto negativo nesta temporada foi a tentativa de incluir um triangulo amoroso, envolvendo Frank, seu parceiro dado como morto Micro (Ebon Moss-Bachrach) e sua ex-esposa. Isso mesmo! O Micro é um personagem bem interessante, na verdade um dos pontos altos desta temporada de estreia, e seria evidente que o publico gostaria de saber como sua família lida com sua “morte” súbita. Mas quando Frank entra em cena para se mostrar “disposto” a ajudar, a série tenta colocar pela “guela” do público esse suposto interesse dos dois. E, na moral, isso não dá em nada no futuro, mesmo ocupando um bom tempo em cena, sendo irrelevante para o andamento da série. No fim, fica a sensação de que isso foi colocado ali com o propósito de encher linguiça. É diferente do arco do personagem de Daniel Webber, que possui uma trama interessante que trata da forma como os veteranos de guerra lidam com o retorno à vida social, com dificuldades extremas para seguir em frente. Apesar de não ser a trama principal, foi essencial ter um tempo significativo na tela, fazendo do personagem de Webber um dos melhores da série.



Considerações Finais:

   No fim, “O Justiceiro” é uma série que foi uma grata surpresa, cumprindo sua missão com êxito, ainda que tenha tido alguns erros básicos que todas as séries já apresentaram em alguma temporada. As melhores da Netflix continuam sendo “Demolidor” e “Jessica Jones”, mas esta série aqui fica em terceiro lugar. Trata-se de uma série feita para ser refletida, pois no meio de toda aquela violência desmedida, estão críticas sociais muito fortes, dignas de um bom debate depois de fazer aquela maratona maneira em um fim de semana. 


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